Há!

É questionada a asserção de que existe uma norma de conduta que corresponde à Justiça. Diz-se que cada um pode agir como quiser, desde que esteja convicto de ser correto o seu procedimento. Então, visto que da Justiça não se tem uma visão que possibilite agir de conformidade com Ela, fica estabelecido que o certo é aquilo que a pessoa “acha ser certo”. Jamais se questiona o sentimento sentido, se ele transgride alguma lei natural.

Quando se toca neste assunto, o que prevalece nada mais é que o resultado da transgressão da lei natural. O fato que passo a narrar abaixo talvez sirva para ilustrar.

Um médico – não lembro o seu nome – viu que os doentes internados nas clinicas para tratamento de doenças mentais não saravam, embora os remédios proscritos fossem todos ministrados. Os medicamentos tão-somete faziam com que a causa da doença fosse temporariamente anulada, pois os ingredientes químicos medicinais entorpeciam os pacientes. O médico achava – no que estava certo – que os pacientes não estavam sendo ajudados.

Pôs-se, então, a procurar a causa das doenças mentais. Imaginou que as alucinações dos doentes talvez fossem provenientes de algum dano que o cérebro tivesse sofrido. Não era. As pesquisas disseram que um cérebro de um doente é igual a de um são.

Continuou pesquisando e descobriu que o corpo humano produz alucinógenos de alimentos ingeridos. Então ele imaginou que o organismo do doente produzia mais alucinógenos do que o organismo do são, sendo tal produção além do normal a causadora das alucinações. Mostraram as pesquisas que o doente e o são produziam o mesmo tanto de alucinógenos.

Levou avante as pesquisas e, por fim, descobriu que a doença mental estava na maneira errônea pela qual o organismo do doente decompunha os ácidos produzidos. Tais ácidos chegavam ao organismo e eram metabolizados.

Viu-se, pois, que há uma maneira correta se decompor os ácidos originados dos alimentos ingeridos. Pensando bem sobre tudo o que este médico conseguiu descobrir, podemos deduzir que o comportamento é que dita as normas metabólicas. Digo comportamento em termos de idéias e sentimentos. Conforme os nossos sentimentos, da mesma forma nossa condição mental. É aqui que refuto o questionar a asserção que diz existir uma norma correspondente à Justiça. Um sentimento de Amor e Justiça não leva às mesmas conseqüências que advêm de um sentimento de ódio.

Pietro Ubaldi disse que chegaria o dia em que o homem, para ser bom, poderia prescindir da Fé e fazer uso da inteligência, embora aquela sobrepuje em muito esta. Já chegou o dia!.