28 de dez. de 2009

Fragmentos II

Foste tão logo como brasa errante.
Cortaste as praias desta vida minha
C´um passo largo. Nada te detinha.
Tive-te e vi-te por um só instante.

Quando eu morrer quero ser cremado.
Que sejam as minhas cinza jogadas
ao vento amigo...
Quero que elas, pelo menos, adubem
um humilde pezinho de capim-gordura,
onde pousará uma cigarrinha a entoar
seus acordes nos curtos dias do seu recital...

Lá fora venta. Já faz noite alta.
Cá dentro em mim sinto haver uma falta
D´alguma coisa que ao certo não sei.
Talvez seja este ardente desejo
De ver tud´aquilo que não vejo
No intrincado enredo da Lei.

Nenhum comentário:

Postar um comentário