Sujo feito um porco, bêbado feito um gambá, um calhamaço ensebado debaixo do braço. Assim andava Filó pelas ruas. Filó era o apelido. O nome dele era Filomeno Astrolábio da Rosa.
E como acontece freqüentemente com todos os bêbados abandonados, Filó não saía do pronto-socorro. Era, em tudo, igual aos outro bêbados e andarilhos que tinham a infelicidade de ali cair.
A única diferença era que, mesmo dormindo, ele nunca largava o calhamaço ensebado. Ninguém, nem mesmo com o maior esforço, conseguia retirá-lo de suas mãos. Então, um dia uma médica teve a idéias de lhe anestesiar as mãos, o que poderia relaxá-las e, conseqüentemente, liberar o valioso escrito. Foi o que fizeram. Filó, logo após injetada a anestesia, abriu as mãos e entregou o calhamaço.
28 de dez. de 2009
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