Como são lindos os cantos de tua boca, Maria Helena, quando estas tristes. São cantos sublimes. Em nenhum deles há ulceração, nota desafinada ou cuspe. Posso vê-los e ouvi-los. Creio que esta higiene e esta musicalidade provenham da tua pureza interior que tanto me encanta.
O que são os cantos de tua boca, Maria Helena? Serão simplesmente as comissuras externas bucais ou a agradabilidade do som de tua voz que emite quando falas?
Eu, por amar-te tanto, conheço palmo a palmo a topografia da tua boca. Por isso eu te peço: poupa o sorriso e preserva esta catadura que sempre desarmou as minhas investiduras. Cultiva a tristeza, Maria Helena, e jamais sorrias, para nunca deformares a beleza dos cantos de tua boca.
15 de jan. de 2010
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