28 de dez. de 2009

Embora seja noite I

Não sou na vida qual figueira morta.
Tenho em meu peito um silo que comporta
Rios de trigo, seja pra quem for.
E se um mais pobre bate em minha porta,
Embora noite, vem minh´alma e exorta:
“Dá do que tens na tulha do amor”.

Cá dentro em mim há uma luta enorme,
Luta que nasce de um viver conforme
Com tudo aquilo que ouvi do som.
Se me acusa: “Por que dá, ó louco,
Tudo que tens na vida por tão pouco?!”
Também consola: “Porque tu és bom...”

E todo som que trago na memória
Me faz lembrar que a noite, transitória,
Não balda o sonho, não o torna em vão.
Pois mesmo antes do romper do dia,
Na noite triste de minha agonia
- É quando os nomes vem fazer serão...

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